O CIAS é um centro de investigação internacional, que se situa no campo multidisciplinar da antropologia, para explorar um amplo conjunto de tópicos relacionados com o estudo das sociedades humanas passadas e presentes. Através de uma abordagem holística, o CIAS reúne investigadores de diversos campos disciplinares – incluindo a antropologia biológica, a antropologia social e cultural, a antropologia médica, a arqueologia, a geografia humana, as ciências sociais, as ciências do desporto, a nutrição e as humanidades ambientais – com o intuito de promover sinergias entre diferentes perspetivas de investigação e a articulação de abordagens centradas na pessoa e na comunidade, dentro de quadros teóricos mais amplos. A investigação desenvolvida atualmente no CIAS prende-se sobretudo com questões de socialidade humana, saúde e bem-estar e com as relações ser humano-ambiente. O amplo leque de contextos, associado aos conhecimentos da antropologia evolutiva e biocultural, contribuem para uma análise crítica dos desenvolvimentos históricos e contemporâneos.
O conjunto de tópicos de investigação do CIAS inclui:
Perspetivas diacrónicas e evolutivas em grande escala sobre saúde, doença e organização sociocultural, através da análise de restos de esqueletos humanos de diversos contextos cronológicos e geográficos. A ênfase nesta linha de investigação inclui avaliações das condições de vida, paleodietas, padrões de mobilidade, paleopatologia, paleoepidemiologia, práticas funerárias, dinâmica das populações do passado, variação morfológica e paleoantropologia.
Desenvolvimento e aperfeiçoamento de métodos bioantropológicos para a estimativa de perfis biológicos (ex.: sexo, idade, estatura e ancestralidade) para aplicações bioarqueológicas e forenses.
A investigação de questões contemporâneas de grande importância para a saúde e bem-estar, como a contribuição das desigualdades sociais e do género para padrões de obesidade infantil, o modo como o mundo cada vez mais digitalizado continua a transformar a vida das crianças, as implicações recentes e a longo prazo das pandemias e da guerra e as repercussões financeiras decorrentes destas questões e de outras relacionadas.
O estudo da variabilidade genética humana associada a fenótipos de doenças, incluindo a base genética de condições complexas (tais como obesidade e longevidade) e condições hematológicas (incluindo deficiências enzimáticas dos eritrócitos, hemoglobinopatias e doenças trombóticas venosas); estudos genéticos populacionais utilizando variantes do cromossoma Y e autossómicas, e estudos epigenéticos baseados na análise da metilação do ADN, são também objetivos importantes deste grupo.
Pesquisa qualitativa em diferentes partes do mundo sobre questões de transformação social e cultural em contextos de modernidade e globalização. Esta pesquisa coloca em foco as experiências humanas e os desafios sociais de viver num mundo cada vez mais dominado por forças verticais de governança que procuram resolver problemas e melhorar a sociedade, mas que também têm consequências negativas e não planeadas.
Pesquisa multidisciplinar que promove o desenvolvimento de perspectivas multi-espécie e pós-humanas sobre questões contemporâneas de degradação ambiental e alterações climáticas. Esta pesquisa questiona a sustentabilidade dos modelos dominantes de crescimento económico, situando o desdobramento das formas contemporâneas de modernidade tecnocientífica num contexto mais amplo de ecologias compartilhadas e emaranhados multi-espécie.
Localizado na Universidade de Coimbra, instituição com mais de 700 anos de história, o CIAS é amplamente considerado como um dos mais promissores e internacionais centros de investigação antropológica da Europa. O Centro foi criado em 1994, mas a sua história remonta ao mais antigo Instituto de Antropologia em Portugal que foi fundado em 1885. O CIAS foi substancialmente reconfigurado em 2007 e obteve classificações muito elevadas em todas as avaliações internacionais subsequentes. Como um Centro de investigação inerentemente internacional, os membros do CIAS estão comprometidos com o desenvolvimento de uma comunidade de investigação antropológica transnacional. Assim, o Centro esta ativamente envolvido em vários projetos de investigação, redes e programas internacionais. Os investigadores do CIAS estão envolvidos em projetos de campo à escala global e têm acesso direto a trabalhos de campo biológicos na Europa, Africa, América do Sul, América do Norte e Ásia. Para além de promover atividades de investigação, o Centro oferece cursos de formação, acolhe estudantes de pós-graduação e promove eventos públicos como seminários de investigação, oficinas e reuniões científicas. O Centro está também ativamente envolvido na publicação de investigação antropológica ao mais alto nível. A revista do Centro, Antropologia Portuguesa, é a mais antiga revista de antropologia em Portugal e a sua qualidade é internacionalmente reconhecida pelas principais bases de dados como a Scopus, Web of Knowledge, e Capes Qualis.
O CIAS tem atualmente quatro grupos de investigação interdisciplinares. Cada um destes grupos de investigação tem uma equipa reconhecida de investigadores, mas existem sobreposições significativas entre os grupos, e muitas vezes cooperam entre si em projetos, temas e contextos de investigação.